Como funciona o Simples Nacional para médicos e quando é vantajoso

Você está querendo reduzir a tributação sobre seus ganhos e quer saber como funciona o Simples Nacional para médicos e se nele é vantajoso para o seu caso?

Essa é uma decisão que precisa ser tomada com base no regime de tributação certo para o tipo e o volume de receita da sua atividade. 

O Simples pode, sim, representar uma economia relevante, mas isso depende de como a operação está estruturada e de qual enquadramento fiscal se aplica ao seu cenário.

A W3 é uma Contabilidade especializada em médicos e vamos mostrar para você como funciona o Simples Nacional para médicos e quando esse regime é vantajoso.

Quanto um médico paga de imposto no Simples Nacional?

A tributação no Simples Nacional para médicos é feita com base em tabelas progressivas chamadas de anexos. 

Os médicos podem ser enquadrados no Anexo III ou Anexo V, conforme o resultado do Fator R, que vamos explicar mais adiante.

Cada anexo possui faixas de receita com alíquotas progressivas e um desconto fixo, que determinam a alíquota efetiva, ou seja, o percentual real aplicado sobre o faturamento mensal da clínica.

Tabela do Anexo III — Serviços (médicos enquadrados com Fator R ≥ 28%)

FaixaReceita bruta acumulada nos últimos 12 mesesAlíquota nominalParcela a deduzir (R$)
1Até R$ 180.000,006,00%0,00
2De R$ 180.000,01 até R$ 360.000,0011,20%9.360,00
3De R$ 360.000,01 até R$ 720.000,0013,50%17.640,00
4De R$ 720.000,01 até R$ 1.800.000,0016,00%35.640,00
5De R$ 1.800.000,01 até R$ 3.600.000,0021,00%125.640,00
6De R$ 3.600.000,01 até R$ 4.800.000,0033,00%648.000,00

Tabela do Anexo V — Serviços (médicos enquadrados com Fator R < 28%)

FaixaReceita bruta acumulada nos últimos 12 mesesAlíquota nominalParcela a deduzir (R$)
1Até R$ 180.000,0015,50%0,00
2De R$ 180.000,01 até R$ 360.000,0018,00%4.500,00
3De R$ 360.000,01 até R$ 720.000,0019,50%9.900,00
4De R$ 720.000,01 até R$ 1.800.000,0020,50%17.100,00
5De R$ 1.800.000,01 até R$ 3.600.000,0023,00%62.100,00
6De R$ 3.600.000,01 até R$ 4.800.000,0030,50%540.000,00

Simulação prática de impostos no Simples Nacional para médicos

Para entender como o enquadramento muda a carga tributária, vamos usar um exemplo realista.

Imagine que você tenha um consultório com faturamento mensal de R$ 50.000

A forma como a empresa se enquadra no Simples (Anexo III ou Anexo V) vai determinar quanto efetivamente sai do seu caixa todo mês. 

Abaixo, veja como essa diferença aparece na prática.

Cenário 1 – Anexo III

Nesse cenário, a empresa cumpre os requisitos do Fator R (que veremos mais à frente) para ficar no Anexo III.

Considerando um faturamento anual de R$ 600.000:

  • Faixa da tabela: 3ª faixa do Anexo III
  • Alíquota nominal: 11,20%
  • Parcela a deduzir: R$ 9.360,00

Cálculo da alíquota efetiva
(600.000 × 11,20% − 9.360) ÷ 600.000 = 9,64%

Imposto mensal aproximado
R$ 50.000 × 9,64% ≈ R$ 4.820

Cenário 2 – Anexo V

Agora, suponha que a mesma empresa não atenda aos critérios para permanecer no Anexo III e acabe no Anexo V.

  • Faixa da tabela: 3ª faixa do Anexo V
  • Alíquota nominal: 16,00%
  • Parcela a deduzir: R$ 0,00

Cálculo da alíquota efetiva
(600.000 × 16%) ÷ 600.000 = 16,00%

Imposto mensal aproximado
R$ 50.000 × 16% = R$ 8.000

O que o Fator R tem a ver com o quanto o médico paga de imposto?

O Fator R é uma regra criada para diferenciar empresas que têm estrutura de pessoal daquelas que funcionam basicamente com sócios e prestadores.

Ele é calculado assim:

Fator R = (folha de pagamento + pró-labore) ÷ faturamento acumulado dos últimos 12 meses × 100

Se o resultado for igual ou superior a 28%, a empresa fica no Anexo III. Se for menor, vai para o Anexo V.

Esse cálculo é móvel: todo mês você precisa olhar os últimos 12 meses para verificar se continua enquadrado no mesmo anexo.

Por isso, não adianta ter um bom Fator R só em um mês isolado. O planejamento precisa ser consistente ao longo do tempo.

Leia mais: Como equiparar clínica a hospital

Como organizar pró-labore e folha para aproveitar o Fator R para médicos?

Um dos erros mais comuns de médicos é manter pró-labores muito baixos para pagar menos INSS. 

Isso até reduz a contribuição previdenciária, mas derruba o Fator R e empurra a empresa para o Anexo V, aumentando a carga tributária total.

O pró-labore precisa refletir minimamente a realidade da atuação dos sócios. 

Além disso, a folha de funcionários (recepcionistas, auxiliares, enfermeiros, administrativos) tem impacto direto no cálculo.

Registrar corretamente esses profissionais, além de obrigação trabalhista, é um mecanismo legal para manter a empresa no anexo mais vantajoso.

Como funciona o Fator R se eu ainda não comecei a empresa?

Enquanto não há operação, o Fator R é igual a zero. 

A partir do momento em que você começa a ter faturamento e folha ou pró-labore, o cálculo passa a considerar o acumulado desde o início da atividade até completar 12 meses.

Nos primeiros meses, é comum o percentual ser baixo. 

Se você quer se enquadrar no Anexo III mais rapidamente, precisa estruturar a operação desde o começo, inclusive definindo pró-labore e contratações de forma coerente.

Vale mais a pena Simples Nacional ou Lucro Presumido para médicos?

No Lucro Presumido, a base de cálculo é definida pela legislação e não depende do Fator R.

Geralmente, clínicas médicas têm presunção de 32%, sobre a qual incidem IRPJ e CSLL.

Somando PIS, Cofins e ISS, a carga costuma variar entre 11% e 16%, dependendo da alíquota de ISS do município.

No Simples, quando a empresa se enquadra no Anexo III, as alíquotas efetivas costumam ficar abaixo disso, principalmente em faturamentos até R$ 3,6 milhões anuais.

Já no Anexo V, a carga ultrapassa facilmente 15% e pode ficar maior que no Presumido, principalmente para empresas com folha reduzida.

Por isso, a escolha entre regimes precisa considerar:

  • Percentual histórico do Fator R;
  • Estrutura de folha;
  • Faturamento anual;
  • Alíquota de ISS municipal;
  • Perspectiva de crescimento da clínica.

Somente uma Contabilidade especializada em médicos poderá te responder na prática qual o melhor regime para seu caso específico.

Quando o Simples Nacional é vantajoso para médicos?

O Simples tende a ser vantajoso quando:

  • O Fator R se mantém acima de 28% com regularidade;
  • O CNAE está correto e compatível com a atividade;
  • A folha está organizada e os pró-labores são coerentes;
  • O faturamento anual está dentro do limite de R$ 4,8 milhões;
  • A operação é majoritariamente ambulatorial, sem atividades que dificultem o enquadramento no Anexo III.

Nessas condições, a carga efetiva costuma ser menor que no Lucro Presumido e a gestão tributária fica mais previsível.

Fora desse cenário, o Presumido pode oferecer números melhores, principalmente quando a folha é pequena e o faturamento alto.

Perguntas frequentes sobre Simples Nacional para médicos

Essas são algumas das principais dúvidas dos médicos que chegam até nós em relação ao Simples Nacional e como reduzir a sua tributação:

É possível mudar de anexo depois que a empresa já está funcionando?

Sim. O Fator R é recalculado todo mês com base nos últimos 12 meses. Se a proporção entre folha e faturamento mudar, a empresa pode passar de Anexo V para Anexo III (ou o contrário) ao longo do ano.

O Simples continua valendo a pena conforme o consultório cresce?

Nem sempre. Se o faturamento aumenta e a folha não acompanha, a empresa pode cair no Anexo V, onde as alíquotas são mais altas. Em clínicas que chegam perto do teto do Simples, o Lucro Presumido às vezes passa a ter números mais competitivos. O ideal é revisar o enquadramento periodicamente.

Posso optar pelo Simples depois de abrir a empresa?

Sim, desde que a opção seja feita até o último dia útil de janeiro. Se perder esse prazo, a mudança só vale para o próximo ano. Para empresas novas, a escolha pode ser feita em até 30 dias após o início das atividades.

Posso atuar em outras áreas além do consultório e continuar no Simples?

Sim, desde que todas as atividades sejam permitidas no regime e que a soma da receita anual fique dentro do limite de R$ 4,8 milhões. Se você tiver atividades diferentes (como consultório e perícias, por exemplo), é preciso avaliar como cada uma afeta a alíquota final.

Como a W3 Contabilidade ajude a reduzir impostos para médicos, consultórios e clínicas

Aqui na W3 Contabilidade, nós atendemos médicos, consultórios e clínicas todos os dias. 

São mais de 35 anos de experiência ajudando profissionais da saúde a estruturar a parte tributária de forma inteligente e dentro da lei.

A nossa equipe domina as regras do Simples Nacional aplicadas à atividade médica e trabalha com estratégias que reduzem impostos de verdade. 

Fazemos simulações detalhadas, acompanhamos o Fator R mês a mês e orientamos cada ajuste necessário para manter a carga tributária no patamar mais vantajoso.

Quer um diagnóstico gratuito para seu consultório ou clínica? Converse com um especialista da W3.

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